quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Meu último primeiro dia

Foi-se o Natal e o Ano Novo. Assisti passar aniversários e datas que comemorávamos juntos, sem ter, pela primeira vez em anos, um abraço companheiro a me presentear. (...de fato, sempre me apaixonei pelas coisas boas da rotina.)

Estes “primeiros dias de alguma data” são difíceis, são como os primeiros sete dias de luto, só que espalhados pelo ano que se segue e em um número maior que sete.

É estranho como, de um modo geral, a gente se prende a estes detalhes e aguarda uma primeira data como um horizonte a percorrer, como um dia de compromisso marcado a que devemos comparecer.

Mas não é só a isto que se resume este ato, e, ao contrário do que possa parecer à primeira vista, não é um aguardar obscuro pelo “primeiro aniversário” ou “primeiro Dias das Mães”. É um voto de esperanças pelos dias que se seguem a estes, certeza que, se o primeiro é o mais cruel, passar por ele é enxergar os dias que vêm depois, de vida e sentido.

Assim foi Dia dos Pais.

E como as outros "primeiros dias", senti meu peito apertar até quase sufocar.

E quando acabou, dei de cara comigo mesma, satisfeita, por não ter mais nenhum primeiro dia já marcado na folhinha a me espreitar.

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