quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

No Skype

5/10/2009, final de tarde...

[17:38:26] Erika: oi

[17:38:39] Erika: Precisa que eu arrume carona?

[17:38:51] Élcio: vou te buscar e volto

[17:39:29] Erika: Eu tento ver uma carona primeiro...

[17:40:13] Erika: Eu odeio horário de verão.

[17:40:24] Élcio: eu amo

[17:40:52] Erika: Ama nada.

[17:41:03] Élcio: eu amo vc

[17:41:17] Erika: Ah, bom...

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Dia desses...

Dia desses enchi o peito de coragem, apontei o mural e exclamei:

- Olha, filho, é o papai na foto!

E assim como eu, que o incentiva em suas pequenas conquistas, ele retribuiu, sorrindo, me aplaudiu, orgulhoso...

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Palavra

Só uma palavra me maltrata mais que viúva: órfão.

O Choro

No começo era o choro desmedido, pranto profundo, que sai de todos os cantos: coração, mente, corpo, alma.

De forma incontrolável, ele toma conta da gente, faz tudo girar, vira grito de dor, perdemos as forças... este choro suga a vida até o sono chegar, deixando o corpo entorpecido, a boca seca, a cabeça vazia.

Foi assim em algumas ocasiões...

 - No dia que ele se foi, na hora da constatação de que um vazio sem resposta tomaria conta de mim por muito tempo, de um pedido que não seria atendido, da solidão e da ausência já sentidos.

- Na semana seguinte, na casa de minha infância, onde não pude voltar para o útero de minha mãe e o abraço de meu pai não me protegia mais.

- Na primeira noite de volta a minha vida, naquele quarto onde dividíamos tudo, onde éramos só nós dois, onde fomos um, onde nos transformamos em três.

Mas logo em seguida conheci o pranto "de hora marcada", que chega no carro de volta do trabalho, na hora do banho, no escuro da noite quando acordo de madrugada. Este é mais sereno, com um controle de quem sabe que depois da curva tem que estar melhor, já sorrindo, sem querer que percebam para que não tentem te consolar...

Nesta época você aprende que não há consolo, o que existe é calma com a realidade.

Com os dias correndo, vem o choro da saudade. Não daquela que você imagina no começo, mas real, de tempo que passou... Saudade de abraço, de beijo, de boa noite e de bom apetite.

Agora sobrevivo ao pranto de assalto. Aquele que me pega distraída, de forma sorrateira, quando olho para o lado e vejo o bar de nosso primeiro encontro, quando floresce a orquídea ganha no meu aniversário, em meio ao trânsito, ao filme assistido juntos.

Este é mais cruel. Te desaba a qualquer momento. Ele vem para te lembrar que não, não passou e sim, é verdade.

Hoje choro todos estes prantos e me pergunto quantos mais ainda vou conhecer...

sábado, 16 de janeiro de 2010

Sonho

Hoje sonhei com ele.

No sonho, ele já não estava mais aqui, mas aparecia para mim... Só eu podia vê-lo, conversar, brigar, tocar, beijar.

Rotina.

Acho que é meu lado racional tentando achar uma saída para o que não tem retorno.

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Meu aliado, o tempo

Quando estava grávida, já com uma barriga enorme, viajei a trabalho para São Luis do Maranhão. Era maio e foram 18 dias em que todas as manhãs, eu passava uma mensagem dizendo "Faltam x dias..." e ele respondia: "Bom dia, meu anjo!"

E as mensagens e telefonemas se seguiam até o "Boa noite", de saudade, carinho e vontade.

Era uma espécie de contador de recorde de "distância" com gosto bom, a cada dia que fiquei por lá... Rimos disso demais, não era desejado outros desse tipo.

Hoje penso nesta história e constato que agora quebramos este "recorde" a cada minuto, momento, segundo, pensamento... Só que agora o gosto é amargo e ríspido.

Hoje já está fazendo dois meses e só tem dois meses...É tão recente e é tanto tempo. Muito tempo para quem sente a falta, pouco para afogar a dor.

Queria voltar, nem que seja naquele dia, só para poder abraçá-lo mais uma vez. Queria avançar no tempo para amenizar esta dor presa no estômago, ardente, incessante, calada.

Levanto como em todos dos dias, escolho o preto para me vestir e então entôo o mantra: "Tudo vai ficar bem, vai ficar bem, vai ficar"... Acredito.

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

Onde tudo começou...

Era um sábado normal, de coisas cotidianas, de natação do bebê, de vida urbana, de festa à noite, de ver os amigos e arrumar as coisas de casa que estão pendentes...

Saí por 1 hora e quando voltei, minha vida tinha se transformado em um enorme redemoinho, nada mais seria como antes, por mais que eu consiga refazer a vida...

Ambulâncias na porta e uma palavra cruel me atravessou os ouvidos, a alma e meu coração: Morreu...

Não sei de onde veio a notícia, não percebi... somente corri... até um corpo já inerte, ainda quente e extremamente amado...

Como continuar sem aquele que elegi como meu par nesta caminhada? Como ensinar ao seu filho o porquê disso tudo, se eu não consigo entender?

Amor,

Tenho chorado, sofrido e vivido a realidade, e sinto que, desejo muito prosseguir, por nosso filho, por você e por mim...