sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

É isso

A solidão não vem no formato óbvio de não se ter companhia ou no incômodo do quarto vazio.

É na ausência da partilha que ela me surpreende, na trovoada sem abrigo - medo desses de infância - , nas decisões autônomas e não divididas, nas tarefas diárias, nas inexistência das conversas cifradas.

E não há remédio.

Porque minha solidão é feita somente da ausência dele.

E de ninguém mais.

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Na Escola

Sofri muito estes últimos tempos, na expectativa do primeiro dia de aula do meu filhote.

Imaginava as famílias felizes, com pais e mães - e até alguns avós - todos a levarem seus rebentos para a escolinha, no seu primeiro dia de aula. Imaginei fotos compartilhadas, sorrisos e algazarra.

Pensei nas perguntas que podiam vir e quais as respostas corretas para que não deixassem ninguém constrangido.

Senti a dor por pensar que que não podia chorar, que devia manter-me confiante, sem saber em que pote ou supermercado eu achava uma porção bem grande de um sentimento que me fugiu por estes tempos.

Tudo em vão!

Para meu espanto, cheguei junto a tantas outras mães, apreensivas pela adaptação de seus filhotes, passando desapercebida em meio aquele mar de carinhas e muxoxos, onde só aquelas criaturinhas realmente importavam.

Não havia multidões de famílias felizes e o único choro presente eram o dos pequenos naquele novo mundo. Não houveram apresentações de oi - como vai - conte-me sua vida!

Tudo em vão.

Sofrimento desnecessário este de nos colocarmos a frente de nossas histórias. E o pior é que parece que esta lição nunca está completa.

Claro que ele nos fez falta, mas foi bom ver que a vida está sempre a lhe sorrir!