sexta-feira, 21 de maio de 2010

Maior amor do mundo

Vejo seus passos, a cada dia mais firmes, percorrerem a casa, e com eles uma alegria esparramada por todos os cantos, acompanhada de sonoras risadas de bebê de propaganda de fraldas descartáveis.

É um adorável mundo novo que se mostra a minha frente, a cada nova palavra e expressão de vontade, nas descobertas e nas pequenas frustrações de seu cotidiano de menino.

Este pedaço de mim traz no semblante muito de seu pai, e com ele a passagem por esta fase de dor pungente tem sido mais leve, menos difícil, com um sentido diferente dos que tomei para mim.

É meu mar de felicidade em meio a esta ilha de tristeza.

Por ele evito deixar me tomar pelos medos que me assombram, muitos dos quais acredito que a maioria das mães sentem, mas potencializados com a inevitável preocupação com as experiências que irei passar sozinha, das perguntas advindas das faltas rotineiras que a ausência traz, de como ensiná-lo sobre a morte muito antes de conseguir lhe falar sobre a vida.

Receio o pedido de explicação sobre onde, porque, como e para onde seu pai se foi, e já prematuramente busco forças e as palavras corretas para que o entendimento não seja amargo... mas queria mesmo era protegê-lo de dar estas respostas para outras pessoas e situações corriqueiras que, se hoje já rondam minha vida, certamente estarão presentes na dele.

Vejo-o forte e feliz, independente dos meus medos, incertezas e fraquezas, mostrando-me que possui sua própria trajetória e saberá conviver – provavelmente até melhor que eu – com a vida que se mostra tal qual ela é, completa, linda, alegre e também com suas dores.

Todos os dias pego-o nos braços, mas é ele que me aconchega no seu colo...

Nenhum comentário:

Postar um comentário