quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Meu aliado, o tempo

Quando estava grávida, já com uma barriga enorme, viajei a trabalho para São Luis do Maranhão. Era maio e foram 18 dias em que todas as manhãs, eu passava uma mensagem dizendo "Faltam x dias..." e ele respondia: "Bom dia, meu anjo!"

E as mensagens e telefonemas se seguiam até o "Boa noite", de saudade, carinho e vontade.

Era uma espécie de contador de recorde de "distância" com gosto bom, a cada dia que fiquei por lá... Rimos disso demais, não era desejado outros desse tipo.

Hoje penso nesta história e constato que agora quebramos este "recorde" a cada minuto, momento, segundo, pensamento... Só que agora o gosto é amargo e ríspido.

Hoje já está fazendo dois meses e só tem dois meses...É tão recente e é tanto tempo. Muito tempo para quem sente a falta, pouco para afogar a dor.

Queria voltar, nem que seja naquele dia, só para poder abraçá-lo mais uma vez. Queria avançar no tempo para amenizar esta dor presa no estômago, ardente, incessante, calada.

Levanto como em todos dos dias, escolho o preto para me vestir e então entôo o mantra: "Tudo vai ficar bem, vai ficar bem, vai ficar"... Acredito.

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